Quando
Deus quis, no seu amor, enviar seu Filho para morar
entre nós, Ele escolheu uma família para receber Verbo
Divino. Com isso Deus marcou com maior dignidade a
família humana e mostrou que esta instituição é
essencial para o desenvolvimento da pessoa.
A
família de Nazaré tornou-se assim o modelo para as
famílias cristãs do mundo. A bondade de Maria e a
justiça de José deveriam ser as virtudes procuradas
pelos pais e mães de família. Em Nazaré, Jesus aprendeu
a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu,
estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo
José, a quem amava muito e por ele era muito amado
também.
Jesus
nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que
necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito
pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião,
trabalhadores honrados, solidários com a comunidade,
conscientes e responsáveis por sua formação escolar,
cívica, religiosa e profissional.
Essa
família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para
toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão
atormentada por divórcios e separações de tantos casais,
com filhos desajustados e todos infelizes. A família
deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com
consciência que haverá momentos difíceis e crises.
Colaboração: Padre Evaldo
César de Souza, CSsR
-
Reflexão:
Cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para
se unirem em matrimônio e constituir uma nova família
não o podem fazer levianamente, mas devem fazê-lo
somente por um autêntico amor, que não é uma entrega
passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total
até a morte.
Oração:
Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como
exemplo. Concedei-nos imitar em nossos lares as suas
virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos
chegar, um dia, às alegrias da vossa casa. Por Cristo
Senhor Nosso.
- Amém.
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- Santa Anísia
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Localização: Tessalônica, Grécia
Anísia
nasceu no ano de 284 na Tessalônica, em Macedônia da
Grécia. Era filha de um casal muito religioso, que a
educou na Fé católica. O falecimento prematuro dos pais
a deixou herdeira de grande fortuna, incluindo terras,
escravos e joias.
Dedicou-se ela então, ainda jovem, a uma vida muito
discreta, de oração, jejum e vigílias, seguindo os
Mandamentos. Em relação a estas coisas, dizia: "ó,
quão falsa é a vida da juventude, ou escandalizam ou são
escandalizados. O melhor é a velhice; mas a tristeza me
consome por causa da distância de tempo que me separa do
Paraíso". E também: "é perigoso dormir enquanto
meu inimigo mantém vigília". A riqueza material não
a corrompeu; ao contrário, fez um voto particular de
castidade e pobreza, e de forma coerente, ciente de que,
como ensinam os Evangelhos, é difícil aos ricos entrar
no Reino dos Céus (Mt. 19, 23-24), usou seus bens para
ajudar os necessitados: libertou os escravos e vendeu as
propriedades, usando o valor adquirido na caridade para
com os mendigos, os presos, os órfãos e as viúvas. Além
do auxílio material, cuidava dos doentes e consolava os
aflitos.
Seus
recursos financeiros acabaram por se esgotar, e Anísia
passou a viver numa pobreza extrema, tendo que trabalhar
para se sustentar, sem, contudo, deixar de atender os
enfermos e angustiados.
O
período correspondia ao das duras perseguições aos
católicos, determinadas pelos imperadores romanos
Dioclesiano e Maximiano no Ocidente. Não apenas a pena
de morte foi decretada aos cristãos que não abjurassem a
sua Fé e abraçassem a idolatria pagã, mas eram
facultadas a qualquer cidadão do império tais execuções,
sem nenhuma pena legal. Logo corpos de mártires
começaram a ser encontrados nas estradas, nas vilas e
nas cidades… Em Tessalônica, governava Ducisio, que
implementou o decreto imperial, de modo a que os
cristãos não mais celebrassem a Missa nem batizassem
mais convertidos.
Estas
determinações não conseguiam evitar que os fiéis se
reunissem para reuniões religiosas e para a Eucaristia.
Anísia, a caminho de uma igreja, passou perto de uma
aglomeração diante de um templo pagão, onde um soldado,
observando-a, a parou, para que entrasse no templo e
participasse do sacrifício prescrito no festival a
Apolo, o deus do sol. A sua resposta foi de que era
cristã e estava indo à Missa. Tomado de raiva, o soldado
a agarrou com brutalidade, querendo levá-la para dentro
do templo, blasfemando contra Deus e tentando
arrancar-lhe o véu. Indignada, ela cuspiu no seu rosto,
dizendo: "meu Senhor Jesus Cristo te proíbe"!
Ouvindo o nome de Cristo, a Quem odiava, o soldado puxou
da espada e a atingiu no lado do corpo, matando-a de
imediato. O ano da sua morte é referido como 299 ou 304.
Alguns
cristãos a recolheram e sepultaram próximo ao Portão de
Cassandra, à entrada da cidade, onde mais tarde foi
construída uma capela. Santa Anísia é venerada na Igreja
Católica, a 30 de dezembro, e na Igreja Ortodoxa, a 1 de
janeiro, que dedica a ela ao menos uma kontakion, isto
é, um tipo de hino temático próprio dos ortodoxos e
outras denominações cristãs orientais.
-
Reflexão:
Embora seja evidente a santidade dos mártires, cada um
deles apresenta um aspecto personalíssimo que nos
encanta e edifica diferentemente. Santa Anísia, antes do
martírio, já apresentava, também, algo comum aos
canonizados: não apenas desprendeu-se dos seus bens
materiais, mas deu-se a si mesma, o que é ainda mais
importante para os irmãos e agradável a Deus, pois mais
fundamental é o pão do espírito do que o pão objeto.
Ainda outra generalização é o fato de que, como ela e os
santos, sempre somos interceptados pelos poderes deste
mundo quando nos dirigimos a Cristo… queira Ele que
sejamos tão firmes na sua mesma resposta. Mas muito
particular é de Santa Anísia é a sua bela reação de
decoro, quando com violência lhe quiseram arrancar o
véu: o véu do decência, da castidade, de corpo e da
alma: naquele momento, não apenas uma indiscrição e
inconveniência física estavam sendo tentadas, mas era
agredida a sua disposição de recolhimento, alma e corpo,
em Cristo Jesus; sua vida inteira foi ameaçada pela
devassa mundana, à qual ela reage com santa violência e
indignação, invocando a Verdade que deve suprir e guiar
a nossa existência: "meu Senhor Jesus Cristo te
proíbe", mundo, pecado, demônio e/ou fraquezas
pessoais, de arrancar ou perturbar a intimidade de uma
alma na sua Vida, que é Cristo. Por isso ela não
hesitou, diante de tamanha desfaçatez, injúria e
violência, em cuspir no rosto – do mundo, do pecado,
daquilo que a queria arrastar para longe de Deus. Uma
reação de desprezo, santo desprezo, a tudo o que afasta
do Senhor e tenta impedir a nossa salvação. É
absolutamente imperativo “usar o valor adquirido”
nesta vida, para termos o Céu; e não há outro valor,
senão Cristo Jesus. Necessário é resistir ao mundo, com
firmeza sempre, com radicalidade se queremos de fato
viver a santidade.
-
Oração:
Ó Deus de infinita bondade, que sempre nos recompensa
com muito mais do que merecem as nossas obras,
concedei-nos por intercessão de Santa Anísia a
verdadeira juventude da alma, que nos traz a sincera
saudade do Paraíso, e por isso nos leva à firmeza das
boas obras e a nunca dormir frente aos assaltos do
inimigo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e
Nossa Senhora.
- Amém. |