|
- As poucas informações que puderam ser recolhidas
sobres este São Hermógenes – há mais quatro com este
nome – estão diretamente relacionadas a dois outros
santos, Menas e Eugrafos, sendo que para este último os
dados são ainda mais escassos. O contexto da época era o
da perseguição religiosa aos cristãos, sob a tetrarquia
do império romano: inicialmente Dioclesiano, Maximiano,
Galério e Constâncio Cloro, que impuseram vários éditos
(anúncio de uma lei; decreto), revogando os direitos
legais dos cristãos e exigindo que adotassem as práticas
religiosas pagãs. Diocleciano e Maximiano resignaram em
305; Constâncio e Galério tornaram-se Augustos, e os
dois novos imperadores, Valério Severo e Maximino Daia
(este entre 305–313), tornaram-se Césares, isto é, todos
assumiram títulos imperiais. Com a morte de Galério em
311, Daia dividiu o império do Oriente com Licínio,
sucessor de Constâncio Cloro. O grau das perseguições
divergiu segundo cada tetrarca na sua própria região
administrativa, e Daia as retomou, tenaz e cruelmente,
no Egito, Palestina e Ásia Menor, após o Édito de
Tolerância de Galério em 311.
São Menas era ateniense, convertido ao Cristianismo sem
que Daia o soubesse, e por isso o nomeou governador em
Alexandria. As ordens de perseguição que Menas recebeu
do imperador obviamente não foram executadas, mas, ao
contrário, o santo começou a dedicar-se à organização da
Igreja local.
Daia enviou então Hermógenes para Alexandria, como novo
governador e encarregado das perseguições, as quais ele
iniciou com a prisão de Menas. Este foi torturado com
crueldade, e deixado para morrer por consequência dos
ferimentos, graves. Porém, para grande surpresa do
governador, depois de algum tempo Hermógenes soube da
cura completa do prisioneiro, e foi interrogá-lo sobre
como isto havia sido possível.
“Quando me encontrava ferido e jogado ao chão,
comecei a rezar, pois como diz o salmista: ‘ainda que eu
andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal
algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado
me consolam’ [Sl.
23, 4]”, foi a resposta. Diante
deste testemunho, Hermógenes convenceu-se da Verdade, e
também ele se converteu.
A notícia desta nova conversão levou Daia a ordenar a
execução de ambos, por decapitação, no ano 313, em
Alexandria; aparentemente, estava com estes dois ainda
um terceiro mártir, São Eugrafos. Uma outra data citada
para a festa destes santos é 10 de dezembro.
-
São Vicelino, Bispo de Oldenburg
- Crispina nasceu de rica e nobre família em Tebaste (ou
Thagara, ou Thacora), cidade romana da Numídia, em
Taoura, Argélia, norte da África. Ali vivia no final do
século III e início do Século IV, casada e mãe de vários
filhos. Não possuía boa saúde; muito firme na Fé, era
estimada carinhosamente pelos cristãos, que a procuravam
pelos seus bons conselhos tanto em assuntos religiosos
quanto naturais.
Neste período eclodiu a décima perseguição do imperador
romano Dioclesiano aos cristãos. Sendo muito conhecida
na região, Crispina foi uma das primeiras a serem presas
e levada a Theveste (Tébessa) para julgamento pelo
procônsul Gaius Annio Anullino. Diante dele, ela se
negou a adorar os deuses pagãos: – "você quer
viver muito ou morrer entre as torturas como seus
cúmplices [Júlio, Potamia, Félix, Grato e outros sete
cristãos]"?
"Se eu quisesse morrer, eu não deveria fazer
outra coisa que dar o meu consentimento aos demônios,
deixando que a minha alma se perdesse no fogo eterno".
Para humilhá-la, rasparam o seu cabelo, e Gaius a
atormentou de várias formas; mas nem diante do choro dos
seus próprios filhos ela negou a Deus. Humilhado, então,
ficou Gaius, diante da valentia de Crispina, e irritado
decretou-lhe a morte por decapitação de espada, diante
do que a santa disse: "louvado seja Deus que me olhou
de cima e me tirou de suas mãos".
Em cinco de dezembro de 305, a sentença foi executada
fora de Theveste, e neste local foi posteriormente
construída uma Basílica. Num dos seus sermões, Santo
Agostinho, que viveu no mesmo período, a compara com
Santa Inês e Santa Tecla, e o seu culto foi muito
difundido na Antiguidade.
|