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Há
alguma controvérsia sobre a nacionalidade de Dâmaso,
romano, espanhol, ou “espanhol da Lusitânia”. Sua
eleição ao papado, em 366, foi perturbada pela tentativa
do antipapa herege dos arianos (que negavam a
consubstancialidade de Jesus com o Pai), Ursino, de
chegar à Cátedra de Pedro. Além do arianismo, seu
pontificado teve que se colocar firmemente também contra
outras seitas heréticas, como os marcionistas, os
donatistas, os novacianos, os sabelianos, os
apolinaristas, os macedonianos.
Com tudo isso, definiu inequivocamente o primado do
Romano Pontífice (a Igreja de Roma exerce jurisdição
sobre todas as demais), constituiu o II Concílio
Ecumênico em Constantinopla, organizou o canto dos
Salmos, obrigatórios para o clero nas Igrejas e
Mosteiros. Conviveu e contou com o auxílio de Santo
Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Agostinho e São
Jerônimo, a quem encomendou a tradução, para o Latim,
dos textos originais gregos e hebreus da Bíblia,
conhecida como “Vulgata”, e que serviu durante
séculos como referência para a Igreja.
Além disso, publicou uma decisão relativa ao catálogo
dos livros bíblicos,
de importância fundamental na definição do cânon da
Sagrada Escritura. Seu
interesse pelas catacumbas o levou a visitá-las
pessoalmente e a determinar sua digna restauração,
bem como a levantar notícias dos seus mártires, em
textos de grande importância histórica.
Morreu em 11 de dezembro de 384, após mais de 18 anos de
pontificado.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
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