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Localização: Itália
O
Santo deste dia foi um excelente Papa da Igreja
Católica, num período difícil da história da Igreja,
pois ocorria a queda do Império Romano. São Simplício
liderou o rebanho de Cristo do ano de 468 a 483.
Simplício viveu num período em que toda a Roma e toda a
Itália foram invadidas por vários povos bárbaros:
visigodos, hunos, vândalos. Nosso santo foi elevado à
Cátedra de Pedro e como Papa viu a ruína do Império, mas
experimentou a assistência do Espírito Santo contra as
heresias que invadiam o mundo cristão: nestorianismo,
que dizia ser o Cristo Homem diferente do Cristo Deus e
o Monofisismo, que pregava duas naturezas do Cristo,
onde a divina suprimia a humana.
Com a
queda do Império Romano em 476, Roma tornou-se a cidade
dos Papas. Em meio aos conflitos dos bárbaros por causa
do poder, foram os Papas as autoridades máximas no campo
moral e jurídico, promovendo a paz e a justiça.
Por
fim, São Simplício faleceu no ano de 483, na cidade de
Roma. Ele soube conciliar a luta diária no interno e
externo da Igreja militante e entrou vitorioso na Igreja
Triunfante.
Colaboração: Padre Evaldo
César de Souza, C.Ss.R.
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Reflexão:
Nos momentos de dificuldades nós sentimos de perto o
quanto é importante a união com Jesus Cristo. São
Simplício viveu num momento histórico conturbado, mas
nunca perdeu a esperança de que as coisas seriam
melhores. Manteve uma fé firme e procurou realizar em
tudo o desejo de Cristo, promovendo a paz e a
reconciliação dos povos. Que Deus atenda os nossos
pedidos nos momentos de dificuldades, e que, quando
estivermos em paz saibamos elevar a voz e o coração em
agradecimento.
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Oração:
Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Simplício
governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e
pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de
vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os
no caminho da salvação.
- Por Cristo nosso Senhor. Amém!
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- São
Macário
*Este
não deve ser confundido com São Macário o Moço, de
Alexandria (festa em 2 de janeiro), ou São Macário o
Grande, do Egito (festa em 15 de janeiro).
Não há
dados sobre as origens de Macário, mas sim documentação
a partir da sua condição como Bispo entre 312 e 325,
inicialmente de Aelia Capitolina, sob a dominação
romana, e depois de Jerusalém, o nome original da
cidade. Após uma revolta dos judeus em 135, o imperador
Adriano havia mandado destruir a cidade, e o tradicional
capitólio romano fôra construído exatamente sobre a
sepultura de Cristo.
Tendo
acabado a última perseguição aos cristãos em 311, e
vigorando então a “paz constantina”, em
referência ao imperador Constantino, convertido ao
Catolicismo, foi obtida por Macário, diretamente dele, a
demolição do capitólio de Jerusalém. Revelou-se
novamente o Calvário e o Santo Sepulcro de Jesus:
"quando a superfície original do solo apareceu, em
seguida, contra todas as expectativas, o sagrado
monumento da Ressurreição de nosso Salvador foi
descoberto", narra um documento da época. Mais tarde
ali seria erguida a Basílica do Santo Sepulcro ou da
Ressurreição, que permanece até hoje.
Neste
mesmo período de São Macário, surgia o arianismo,
doutrina herética que negava a divindade de Cristo e,
consequentemente, a Santíssima Trindade. O santo Bispo
foi enérgico contra as ideias de Ário, e este mesmo o
demonstra pela maneira abusiva com que se refere ao
santo na sua carta a Eusébio de Nicomédia. Santo
Atanásio se refere a Macário como um exemplo "do
estilo simples e honesto entre os homens apostólicos",
num dos seus próprios discursos contra o arianismo.
O Concílio de Nicéia de 325 abordou a questão desta
heresia, condenando-a formalmente, e Macário foi um dos
grandes defensores da ortodoxia da Fé verdadeira, tendo
então contribuído de forma preponderante na autoria do
Credo Niceno-Constantinopolitano, professado até hoje
pela Igreja: "Creio em um só Deus, Pai Onipotente"
e "em um só Senhor, Jesus Cristo... Deus verdadeiro
de Deus Verdadeiro".
No
mesmo ano, após o Concílio, Macário acompanhou Santa
Helena, mãe do imperador e por ordem dele, nas
escavações em busca da Cruz de Cristo, que de fato foi
encontrada.
Em 10
de março de 335, Macário faleceu de causas naturais em
Jerusalém. Suas relíquias estão atualmente na capela de
Santo Antônio em Pittsburgh, Pennsylvania, EUA.
Colaboração: José Duarte de
Barros Filho
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Reflexão:
“Macário significa “iluminado”, “feliz”.
Nada mais adequado para um santo, isto é, um exemplo a
ser seguido espiritualmente pelos fiéis, que de fato
achou a verdadeira Cruz, em todos os sentidos. Para isso
foi necessário, primeiramente e de forma absoluta, a sua
escolha livre de ser obediente à Doutrina e ensinamentos
de Jesus, mas também a ajuda de outros, particularmente
dos santos a quem devemos sempre recorrer, no seu caso
Santa Helena; e, providencialmente (muitas vezes até
paradoxalmente), também o próprio poder humano acaba por
auxiliar neste sentido (neste caso, a ação de
Constantino), pois é para isso que foi legitimamente
instituído por Deus... O pecado leva os poderes do mundo
a sempre quererem abafar a Igreja, pretendendo erguer-se
acima de Deus, seja materialmente, como na Aelia
Capitolina romana, seja na insanidade de querer propor
outra “verdade”, inevitavelmente má para as
almas: é preciso, sempre, como São Macário, ser enérgico
contra as heresias, falsas filosofias e ideologias. Se
não nos permitirmos ser resgatados dos escombros do
mundanismo pela busca de Deus através da Igreja,
ficaremos sepultados no pó, infinitamente, expostos aos
vermes e à decomposição. Ou participamos da Ressurreição
que o Senhor nos ofereceu pela Sua Paixão, Morte e
Ressurreição, ou teremos por destino o sepulcro do
inferno. Um pensamento que, neste período quaresmal,
deve nos motivar à meditação, ao arrependimento sincero
e à conversão.
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Oração:
Senhor Deus, Uno e Trino, a quem professamos no Credo,
concedei-nos por intercessão de São Macário, que por Vós
inspirado participou da redação desta mesma oração,
combatermos com vitalidade incansável os erros do nosso
tempo, os pecados nas nossas almas, e, retirando pela
contrição os detritos no espírito, de fato achemos a
verdadeira Cruz em nossas vidas, para erguê-la
edificantemente sobre o mundo: e assim, por Vossa
elevação, também nós sejamos carregados Convosco para o
Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa
Senhora. Amém.
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- Os
40 Mártires de Sebaste
O
imperador romano Licínio, mesmo depois do Edito de Milão
de 313, que conferia liberdade religiosa aos cristãos,
voltou a persegui-los. Decretou a morte daqueles que não
renegassem a Fé e jurassem aos deuses romanos. Relatos
de São Basílio e São Gregório de Nissa contam desse
período o martírio de 40 soldados romanos cristãos,
pertencentes à famosa Legião XII, “a fulminante”,
servindo em Sebaste, Capadócia (atual Turquia, então
capital da província da Armênia Menor); na mesma época e
local ocorreu o martírio de São Brás.
Os 40
decidiram assinar uma carta coletiva, atualmente uma
relíquia discriminando seus nomes, na qual afirmavam
permanecer fiéis a Cristo e que não incensariam aos
ídolos. A carta foi entregue ao governador de Sebaste, o
general Agricola, que ordenou ao comandante da legião,
Lísias, que os prendesse e torturasse, o que foi feito
com correntes e ganchos de ferro. Em seguida, foram
encaminhados a um lago. Era inverno, e foram obrigados a
ficarem nus durante a noite, na água gelada, para
morrerem de frio. Um deles declarou: “ao tirarmos as
roupas, nos despojamos do homem velho (…)”.
Na
margem, foi colocado um abrigo com água aquecida, para
quem quisesse apostatar e escapar da sentença. Um dos
soldados o fez, mas, imediatamente morreu. Conta-se que
em seguida um dos guardas, proclamando a Cristo como
verdadeiro Deus, despiu-se e entrou no lago para se
juntar aos mártires, tornando a completar o número de
40.
Pela
manhã, os corpos foram recolhidos e colocados num
transporte para serem queimados. Descobriram então que
havia ainda um soldado vivo, o mais jovem deles. Os
guardas decidiram tentar que abjurasse a fé e não o
levaram para o transporte, mas a mãe do rapaz, ali
presente, o exortou a perseverar. Colocou-o ela mesmo
junto aos corpos dos companheiros, dizendo: “vai, meu
filho, terminar essa feliz viagem junto com teus
camaradas. E não te apresentes por último a Deus”. E
os acompanhou, com alegria no rosto, até a fogueira.
No
dizer de São Basílio, estes soldados entraram no Céu
como uma tropa que marcha. A lembrança do seu martírio,
por volta do ano 320, coincide com a Quaresma, para
encorajar os católicos no caminho da Fé.
Colaboração: José Duarte de
Barros Filho
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Reflexão:
A frieza deliberada da maldade contrasta com o calor dos
corações ardentes de Fé. O exemplo destes soldados, que
de fato combateram o bom combate (cf. 2ª Tm. 4, 7), é
ainda enriquecido pelo gesto maior de amor de uma mãe
que preferiu a morte física do filho a sabê-lo no
inferno. É preciso resistir às legiões de erros,
pressões e enganos que as tentações apresentam para nos
congelar a alma, confiando na ajuda de Deus e
apoiando-nos uns aos outros com a oração e a caridade.
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Oração:
Senhor, Deus dos Exércitos, concedei-nos pelos méritos,
exemplo e intercessão dos santos 40 mártires de Sebaste
que sejamos leais combatentes no Vosso amor, unidos,
soldados uns aos outros pela mesma Fé, para
vitoriosamente queimar tudo aquilo que, na carne, possa
nos consumir o espírito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e
Maria, Nossa e Vossa Mãe, que não hesitou em imolar o
Seu Filho natural para a salvação dos Seus filhos
adotados, acompanhando-O e apoiando-O até o fim.
- Amém. |