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Intercede por: Academia de Arte de Bolonha, dos artistas
das belas-artes
- Localização: Itália
Catarina de Vigri nasceu em Bolonha, Itália, em 1413.
Era filha de um advogado e professor da Universidade de
Bolonha, e agente diplomático do marquês de Ferrara. Na
primeira infância morou na casa dos avós, sendo educada
pela fervorosa mãe e pelos parentes. Mas por volta dos
10 anos muda com sua mãe para Ferrara, e aos 11 é
indicada para ser a dama de honra de Margarida, filha do
Marquês, de quem se torna amiga e confidente,
compartilhando da sua mesma educação.
O
marquês valorizava a cultura e convidada a Ferrara
artistas e pessoas letradas de diversos países. Assim,
na corte, Catarina aprende música, pintura, dança,
Latim, poesia e composições literárias; torna-se
especialista na arte da miniatura e da cópia. Ao mesmo
tempo, não vive os perigos mundanos da corte, tendo o
espírito constantemente voltado para as coisas do Céu.
Seu contato com os Frades Menores da Observância do
convento do Santo Espírito, de onde recebia orientação
espiritual, solidificou seu desejo de servir a Deus.
Em
1427, com 14 anos de idade, após ter ficado órfã de pai
e depois do casamento de Margarida, Catarina decide
entrar para um grupo de jovens mulheres provenientes de
famílias nobres que viviam em comum, consagrando-se a
Deus. Sofre então tentações do demônio e uma grande
crise espiritual, da qual Deus a tira através de uma
visão, na qual lhe mostra a verdade da presença de
Cristo na Eucaristia. No mesmo período, a comunidade
sofre com a divisão entre as que desejam seguir a regra
agostiniana e as que desejam a regra Franciscana, mais
rigorosa, de Santa Clara de Assis. Catarina pertence ao
segundo grupo, que por providência divina tem a
proximidade da Igreja do Espírito Santo, anexa ao
convento dos Frades Menores, seguidores do movimento de
Observância de Santa Clara.
Catarina e as companheiras podem assim participar
regularmente das celebrações litúrgicas e receber uma
adequada assistência espiritual. Têm também a alegria de
escutar as pregações de São Bernardino de Sena.
Em
1431 tem uma visão do Juízo Final, e a cena aterradora
dos condenados faz com que intensifique as orações e
penitências pela salvação dos pecadores. O demônio
continua a atacá-la e ela se confia de modo sempre mais
completo ao Senhor e à Virgem Maria. A este respeito,
escreve para a instrução das irmãs, alertando sobre as
tentações do demônio que frequentemente se esconde com
aparências enganadoras, para depois insinuar dúvidas de
fé, incertezas vocacionais e sensualidade. Estes
escritos, “As Sete Armas Espirituais”, trazem
grande sabedoria e profundo discernimento, contra o mal
e o diabo.
Além
do conteúdo, seu estilo literário de várias obras é
original, e precioso para o estudo do dialeto da sua
região na língua italiana da época.
No
convento, Catarina, apesar de ser habituada à corte de
Ferrara, serve como lavadeira, costureira, padeira, e é
empregada no cuidado de animais. Faz tudo, também os
serviços mais humildes, com amor e pronta obediência,
pois vê na desobediência aquele orgulho espiritual que
destrói toda outra virtude. Por obediência, aceita o
encargo de Mestra de Noviças, e depois o serviço do
parlatório. Falecendo a Abadessa, os superiores a querem
por substituta, mas ela os convence de que nas Clarissas
de Mântua, mais instruídas nas constituições e nas
observâncias religiosas, encontrariam opção melhor.
Porém,
um ano depois é pedido ao seu Mosteiro que crie uma nova
fundação em Bolonha, e para lá ela vai como Abadessa,
sendo exemplo de serviço. Em pouco tempo o número de
Irmãs em Bolonha se vê multiplicado. Ocupa ainda outra
vez este cargo quatro anos depois, mas já então está
muito doente, com agravamentos desde 1461. Em 1463,
anuncia sua morte e, depois de mais de um mês de grandes
sofrimentos, falece em 9 de março. Foi enterrada sem
caixão no cemitério da comunidade e não foi embalsamada.
Depois
de 18 dias, em função de milagres e de um perfume que
saía do seu túmulo, seu corpo exumado se conservava
incorrupto, em perfeito estado de conservação e
flexível. Assim permanece até hoje na Igreja do Convento
das Clarissas em Bolonha. Está sentada, com a Regra de
Santa Clara nas mãos.
Santa
Catarina de Bolonha é considerada uma das grandes
místicas da Idade Média, e padroeira da Academia de Arte
de Bolonha, dos artistas das belas-artes.
Colaboração: José Duarte de
Barros Filho
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Reflexão:
Santa Catarina de Bolonha se destaca pela sua imensa
humildade, total confiança em Deus, e pronta obediência.
Cada um destes aspectos mereceria uma longa reflexão;
mas busquemos um resumo deles, por assim dizer, no seu
atualíssimo programa de vida espiritual, as sete armas
para combater o diabo:
- 1. ter cuidado e preocupação de trabalhar sempre para
o bem;
- 2. crer que, sozinhos, nunca poderemos fazer nada de
verdadeiramente bom;
- 3. confiar em Deus e, por Seu amor, não temer nunca a
batalha contra o mal, seja no mundo, seja em nós mesmos;
- 4. meditar com frequência nos eventos e palavras da
vida de Jesus, sobretudo Sua Paixão e Morte;
- 5. recordar que devemos morrer; 6. ter fixa na mente a
memória dos bens do Paraíso;
- 7. ter familiaridade com a Sagrada Escritura,
levando-a sempre no coração, para que nos oriente todos
os pensamentos e todas as ações.
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Oração:
Senhor Deus, Todo-Poderoso, que nos ensinais ser a
verdadeira autoridade o servir ao próximo, concedei-nos
pela intercessão de Santa Catarina de Bolonha a
confiança na Vossa Providência, deixando-nos guiar pela
Vossa vontade com humildade, para na obediência generosa
realizarmos o santo e melhor projeto que desejais para
cada um de nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso
Filho, e Nossa Senhora, fontes excelsas da humildade, da
obediência e do serviço.
- Amém. |