- Local:
Foligno, Itália
-
Data: 04 de † janeiro de 1309
A
Igreja atribui-lhe o título de Beata e sua memória é
celebrada hoje pela Ordem Franciscana da cidade de
Foligno. O povo, porém, a invoca com o nome de santa há
muitos séculos. Ângela nasceu em 1248 na pequena cidade
de Foligno. É uma das primeiras místicas italianas.
Quando jovem, como sua contemporânea Margarida de
Cortona, entregou-se às vaidades femininas, tendo teor
de vida tranquila e folgada numa casa não de muito luxo,
mas decorosa, juntamente com seu marido e filhos.
Não
lhe faltaram também graves culpas morais culminadas numa
série de comunhões e confissões sacrílegas. Aos 37 anos
de idade, porém, mudou radicalmente seus costumes de
vida. A morte do marido e dos filhos trouxe-lhe grandes
dores e provações. Nessas trágicas circunstâncias
mostrou uma força de alma acima do comum. No ano de 1285
são Francisco lhe apareceu em sonho e exortou-a a
percorrer com coragem o caminho da perfeição. Ângela
ingressou na Ordem Terceira de São Francisco e no
ano de 1291 emitiu os votos religiosos. Empreendeu a
peregrinação até Assis. Essa peregrinação deixou-lhe na
alma um traço profundo. Foi durante essa viagem que
Ângela teve experiências místicas desconcertantes, cuja
testemunha foi o seu próprio confessor e parente, o
Beato Arnaldo de Foligno. Ele temeu, e pensando
tratar-se de fenômenos diabólicos, obrigou a santa a
contar-lhe suas experiências interiores.
A
necessidade de iluminar as profundezas desta alma
invadida pela graça deu assim origem a um dos mais
preciosos livros sobre as experiências místicas de uma
alma favorecida por Deus de modo especial. A
autobiografia que a santa ditava em dialeto úmbrio era
imediatamente traduzida em cristalino latim escolástico.
Em trinta passagens Ângela ditou o que acontecia na sua
alma, desde o momento da conversão até 1296, quando
essas manifestações místicas tornaram-se menos
frequentes e deram lugar a novas manifestações
espirituais, de modo especial àquelas da maternidade
espiritual que concentrou ao redor de Ângela um
verdadeiro cenáculo de almas desejosas de perfeição.
Para
elas a bem-aventurada enviava numerosas cartas e
redigia-lhes também as Instruções salutares. A pobreza,
a humildade, a caridade e a paz eram os seus grandes
temas: "o supremo bem da alma é a paz verdadeira e
perfeita... Quem quer, portanto, perfeito repouso trate
de amar a Deus com todo o coração, pois Deus mora no
coração. Ele é o único que dá e que pode dar a paz".
A
mestra dos teólogos morreu em Foligno em 1309.
Referência:
Sgarbossa, Mario; Giovanni, Luigi. Um santo para cada
dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre
Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa
Ângela de Foligno, rogai por nós! |