O
PLANO DE DEUS
Deus nos criou
para a felicidade e por isso fez um plano. Nós pelo pecado,
entortamos as linhas mestras do plano do amor. Assim Deus mandou seu
próprio Filho que se fez um dos nossos, morreu por nós, ressuscitou
para nos garantir a continuidade do plano.
Só Jesus Cristo,
Deus homem, poderia ser tão original ao inventar tais encontros, que
fossem sinais certos de sua presença amiga durante toda a nossa
vida. Esses encontros são meios que Jesus formulou para conhecermos
os sacramentos.
Deus mesmo fala
por sinais, todas as criaturas são “os rastros” da passagem dele.
Quando quis se tornar presente neste mundo para reconstruir seu
plano, tornou-se um sinal. Fez-se visível, palpável, eminência da
carne, através da encarnação tornando-se pois um sacramento.
Voltando para o Pai, Cristo deixa-se continuar aqui através de um
sinal: A Igreja.
OS SACRAMENTOS
SÃO SINAIS
A definição exata
de Sacramento é: "Um sinal visível e eficaz da graça, instituído por
Jesus Cristo, para nossa santificação".
Jesus escolheu
sinais que faziam parte da vida do povo hebreu, pois naquele tempo
quem se dispunha a mudar de vida se submetia a um banho de
purificação e chamou a essa presença do Amor de Deus que age em nós:
Espírito Santo.
Os sacramentos
são expressões de fé, de união da graça e da benção de Deus que nos
leva a comprometer cada vez mais com nossos irmãos, nos faz crescer
na capacidade de servir e transformar a sociedade; por isso Deus nos
criou para sermos felizes, nos deu inteligência e liberdade mas em
troca pediu o nosso amor e nossa fidelidade.
Jesus Cristo é o
grande sacramento do amor para com os homens: sinal visível e
eficaz.
Visível
porque se fez homem como nós, vivendo numa região definida e em
tempo conhecido, presente em nossa história e eficaz porque
quem crer em Jesus Cristo tem a garantia da salvação.
Podemos
dividir em três partes: |
1º Um
sinal sensível
2º Instituído por Jesus Cristo
3º Graça |
1º Um sinal
sensível: Constitui a parte material do Sacramento. Nos sinais
que constituem a parte material de um sacramento, temos dois
elementos: O primeiro denominamos matéria = água do batismo.
O segundo elemento chama-se forma. São palavras ou gestos que
dão significado ao ato.
2º Instituído
por Jesus Cristo: O poder humano não pode ligar a graça interior
a um sinal externo. Isso é algo que somente Deus pode fazer, e que
nos leva a segunda definição de Sacramento: "Instituído por Jesus
Cristo". A Igreja não pode criar novos Sacramentos, e não pode haver
nunca nem mais e nem menos que sete, os sete que Jesus nos deu:
Batismo, Eucaristia, Confirmação, Penitência, Ordem, Matrimônio e
Unção dos Enfermos.
3º Graça:
Voltando a nossa atenção para o terceiro dos elementos, vimos que
seu fim é dar a Graça Santificante. Graça é Deus conosco e
nós em Deus. É sintonia em Deus e o homem. É estreita união.
Mas para
recebermos a graça que os Sacramentos transmitem, é necessário que
tenhamos disposições interiores. A quantidade de Graça recebida
depende de nós, não depende de quem administra.
Por esse motivo
procuremos aprender a liturgia sacramental que é rica em gestos
tornando presente a grande realidade que é Cristo, sendo que ele
próprio se doa a nós como prova de amor infinito em todos os sete
sacramentos.
Como o homem por
seus esforços jamais poderia chegar a Deus, então Deus toma a
iniciativa e chega até o homem através do sacramento.
Os SETE
SACRAMENTOS nos acompanham em toda nossa vida espiritual:
Ordem
Natural |
|
Ordem
Sobrenatural |
Nascer |
|
Batismo |
Crescer |
|
Confirmação |
Alimento |
|
Eucaristia |
Remédio |
|
Penitência |
Comunidade |
|
Ordem |
Casamento |
|
Matrimônio |
Morte |
|
Unção dos
Enfermos |
O SACRAMENTO
DO BATISMO
Deus ao criar o
homem, além da vida natural, concedeu-lhe uma vida sobrenatural. A
graça sobrenatural ia ser a herança que todos os homens
transmitiriam a sua posteridade. Mas o homem rechaçou a Deus
cometendo o primeiro pecado, perdendo assim a Graça Santificante e a
união com Deus.
O próprio Deus,
na pessoa de Jesus Cristo, ofereceu a reparação infinita pela
ingratidão do homem. Jesus iluminou o abismo que havia entre a
divindade e a humanidade.
Para restaurar na
alma a graça perdida, Jesus instituiu o Sacramento do Batismo.
Através do Batismo a alma passa a participar da própria vida de Deus
e a essa participação chamamos Graça Santificante.
É o Sacramento da
iniciação cristã, pois nos liberta do pecado original, nos faz
sermos acolhidos pelo Pai e nos apresenta na Igreja a qual
incorporamos e nos tornamos templos vivos da Santíssima Trindade:
“Aquele que permanece em mim e eu nele, este dá muitos frutos,
porque sem mim nada podeis fazer”.
O Batismo é como
uma semente que se planta, mas que ao longo dos tempos, deve ser
cultivada para que cresça e produza frutos; caso contrário de nada
adianta. Assim se não for cultivada no dia-a-dia, na oração, na fé,
na participação e na vivência de Deus, será uma semente que não
germinará.
Como sacramento
ele significa a vida nova que o cristão recebe, sendo apresentado na
Bíblia através das figuras do Dilúvio (Gn 7 ) e a Passagem do Mar
Vermelho (Ex 14, 15-31). Antes de Cristo, este sacramento era
administrado por João Batista que pregava a conversão para a vinda
do Salvador, por isso ele dizia: “Eu batizo com água, mas aquele que
virá depois de mim vos batizará no Espírito Santo”.
A palavra
Batismo vem do grego Baptizium que quer dizer: Imergir
em Água.
Todo cristão deve
permanecer fiel às promessas do Batismo, principalmente àquela de
nunca perder a Vida Divina pelo Pecado Mortal, deve ser o “ sal da
terra e luz do mundo” e sendo assim, elevado a dignidade de filho de
Deus.
A partir do dia
de Pentecostes, a Igreja celebrou e administrou o Batismo:
“Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para a remissão dos vossos pecados. Então, recebereis o dom
do Espírito Santo” (At 2, 38)
Os batizados se
vestem de Cristo.
O batismo é um banho que purifica, santifica e justifica. Ele é um
banho de água no qual a Palavra de Deus produz seu efeito de vida.
O batismo nos
abre as portas da Igreja.
Faz de nós participantes da assembléia congregada na fé, que é a
Igreja, o novo povo de Deus, o povo da nova e eterna Aliança.
Pelo batismo
somos incorporados na Igreja, o Corpo de Cristo. Feito membro da
Igreja o batizado não pertence mais a si mesmo (I Cor 6,19), mas
àquele que morreu e ressuscitou por nós.
Na comunhão da
Igreja, o batizado é chamado a ser sinal e instrumento do Reino de
Deus, a viver fraterna solidariedade e a praticar a justiça. O
batizado assume um compromisso de viver e testemunhar, como membro
de Cristo, a sua fé até as últimas conseqüências, de forma coerente
e fiel.
Efeitos do
Batismo:
1º) Paga a
dívida que o homem tem com Deus ao nascer. Dívida essa contraída
pelos nossos primeiros pais, através da desobediência para com Deus.
2º) O Batismo
nos torna filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e templos do
Espírito Santo. Nós nos tornamos habitação da Santíssima
Trindade."Viremos a ele e nele faremos nossa morada". Jo14, 23.
3º) Infunde em
nós as três virtudes teologais: Fé, esperança e caridade. Essas
virtudes são infundidas em nós em forma de semente. Compete a nós,
através da freqüência aos Sacramentos, orações, leitura da Bíblia e
boas obras, fazer com que essa semente germine, cresça e dê bons
frutos.
4º) Nos faz
herdeiros de Deus. Se somos filhos de Deus também somos
herdeiros. E a nossa herança é o céu.
5º) É o
princípio. É a porta de entrada para os outros Sacramentos. Sem
o batismo não podemos receber nenhum outro Sacramento.
6º) Nos faz
cristãos. Quer dizer, somos de Cristo. Aqui está nossa vocação
cristã, tornamo-nos seguidores de Cristo. Parecidos com Cristo,
pelas nossas obras, pela nossa conduta.
7º) Introduz à
Igreja. O Batismo nos incorpora à Igreja, nos faz ser Igreja.
Faz de nós membros vivos e comprometidos com a Igreja. A Igreja
somos nós.
8º) Imprime
caráter de Cristão. Se depois de batizados pecamos mortalmente,
cortamos a nossa união com Deus e o fluxo da sua graça; perdemos a
graça santificante, mas não o caráter batismal, que transformou a
nossa alma para sempre.
O SACRAMENTO
DA PENITÊNCIA (Reconciliação - Penitência - Confissão)
Chama-se
sacramento da Conversão, pois realiza-se sacramentalmente o convite
de Jesus para o caminho de volta ao Pai, do qual a pessoa se afastou
pelo pecado.
Chama-se
sacramento da Penitência porque consagra um esforço pessoal e
eclesial de arrependimento e de satisfação do cristão pecador.
Chama-se
sacramento da Confissão porque à declaração dos pecados diante do
sacerdote Deus concede o perdão e a paz.
É também chamado
de sacramento da Reconciliação porque dá ao pecador o amor de Deus
que reconcilia: "Reconciliai-vos com Deus" (2Cor 5,20).
Quem vive do amor
misericordioso de Deus, está pronto a responder ao apelo do Senhor:
"Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão" (Mt 5,24).
É no sacramento
do perdão que Deus reconhece nossas falhas, nossa limitação, mas
reconhece também nossa boa vontade. Jesus disse: "Eu detesto o
pecado mas amo o pecador".
O próprio Cristo
no dia da Ressurreição (Domingo de Páscoa) conferiu aos apóstolos o
poder de perdoar os pecados: "Recebei o Espírito Santo, aqueles a
quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e aqueles aos
quais não perdoardes ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 21-23).
Devemos contar
todos os nossos pecados ao padre para receber o perdão, pois com
isso nos restitui a vida na graça e nos dá novo vigor para não mais
pecar.
Requisitos
para receber uma boa confissão:
1º Exame de
Consciência: Rezar e pensar nos pecados cometidos.
2º Contrição
ou arrependimento: Tristeza dos nossos erros e de nossa falta de
amor a Deus.
3º Propósito:
Evitar o pecado e servir a Deus com mais amor.
4º Confissão:
Acusação clara e objetiva dos pecados ou falhas cometidas.
5º Penitência:
Nos é dada pelo sacerdote para demonstrarmos nosso arrependimento e
a firmeza de nosso propósito de não mais pecar e de reparar as
falhas cometidas.
Sem o perdão de
Jesus vivemos como filhos pródigos (Lc 15, 11-24). Na parábola do
filho pródigo encontramos todos estes requisitos: fazer o exame de
consciência, admitir o erro, ter o propósito de voltar para o Pai,
confessar e admitir-se pecador diante do Pai e proferir a sua
penitência. "Não sou mais digno de ser chamado seu filho".
Santa Terezinha
do Menino Jesus dizia: "Os nosso pecados por mais feios e numerosos
que sejam, desaparecem diante da bondade de Deus, como uma gotinha
de água no oceano imenso." O Pai do céu nos ama tanto que nos quer
sempre perto dele.
O SACRAMENTO
DA EUCARISTIA
Eucaristia é o
sacramento que contém, sob as espécies do pão e do vinho verdadeiro,
real e substancialmente presente o Corpo, o Sangue, a Alma e a
Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, para alimento de nossas
almas.
É o sacramento do
amor; é a hóstia pura, hóstia santa, a hóstia imaculada; é o
Santíssimo Sacramento, a Santa Comunhão.
Jesus disse: Eu
sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer desse pão viverá
eternamente. E o pão que hei de dar é a minha carne para a salvação
do mundo.
Figuras da
Eucaristia no Antigo e no Novo Testamento:
-
Ceia Pascal:
A pedido de Deus, o povo de Israel deveria repetir a cada ano como
lembrança ou memorial da libertação do jugo dos egípcios. (Lev 23,
4 - 14)
-
O Maná:
Deus alimentou o povo hebreu durante 40 anos no deserto com o
maná. (Ex 16, 4 - 36)
-
As duas
multiplicações dos pães: (Mt 14, 13 - 21 e Mt 15, 29 – 39)
-
Promessa da
Eucaristia por Jesus Cristo: (Jo 6, 35 – 51)
-
Foi na
Quinta-Feira Santa que Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia:
As palavras de Jesus foram: “Isto é o meu Corpo” e “Isto é o meu
Sangue”, o pão e o vinho se convertem no Corpo e no Sangue de
Cristo.
Em cada Missa,
pelo poder dado por Cristo a todo sacerdote, torna-se presente o
sacrifício de Cristo.
A Eucaristia
dentre os sacramentos é chamada de Santíssimo Sacramento; por isso,
a Igreja nos aconselha a adorarmos, agradecermos e louvarmos a Jesus
presente na Santíssima Eucaristia.
Na Missa:
especialmente na hora da Consagração e na hora da Comunhão. Na
Adoração ao Santíssimo Sacramento: nas horas santas, nas
procissões do Corpo de Deus, acompanhado com toda adoração e
reverência.
Para recebermos
com adoração a Eucaristia devemos estar em estado de graça (sem
pecado mortal), estar em paz e harmonia com todos, ter fé (crer na
presença real de Jesus Cristo na Eucaristia e viver como tal),
guardar o jejum eucarístico (uma hora sem comer e nem beber antes da
comunhão – nem chicletes, balas etc. Somente água), comungar com
respeito e devoção.
Todo sacramento
produz efeitos em nós. A Eucaristia aumenta em nós a graça
santificante, pois nela encontramos e recebemos o próprio autor da
graça: Jesus Cristo.
A SANTA MISSA
Ao tratar sobre a
Eucaristia, é indispensável falar na santa Missa, pois é no
sacrifício eucarístico que a Eucaristia se realiza, especialmente na
consagração do pão e do vinho.
A Missa é uma
oração, a melhor das orações; a rainha, como dizia São Francisco de
Sales. Nela reza Jesus Cristo, homem-Deus. Nós temos apenas de
associar-nos. “O que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará”,
disse Jesus (Jo 16,23).
São João
Crisóstomo disse: durante a Missa nossas orações abóiam-se sobre a
oração de Jesus Cristo. Nossas orações são mais facilmente
atendidas, eficazes, porque Jesus Cristo as oferece ao seu eterno
Pai em união com a sua.
-
Os anjos
presentes oram por nós e oferecem nossa oração a Deus.
-
É o presente
mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade.
-
Cada Missa
eleva nosso lugar no céu e aumenta nossa felicidade eterna.
-
Cada vez que
olhamos cheios de fé para a Santa Hóstia, ganhamos uma recompensa
especial no céu.
A Missa é a
maior, a mais completa e a mais poderosa oração da qual dispõe o
católico.
Entretanto, se
não conhecemos o seu valor e significado e repetimos as orações de
maneira mecânica, não usufruiremos os imensos benefícios que a missa
traz.
Reflitamos um
pouco mais sobre a forma de como cada um participa da Missa lendo a
seguinte história:
Numa certa
cidade, uma bela catedral estava sendo construída. Ela era
inteiramente feita de pedras, e centenas de operários moviam-se por
todos os lados para levantá-la. Um dia, um visitante ilustre passou
para visitar a grande construção. O visitante observou como aqueles
trabalhadores passavam, um após o outro, carregando pesadas pedras,
e resolveu entrevistar três deles.
A pergunta foi a
mesma para todos: O que você está fazendo?
- Carregando pedras, disse o primeiro.
- Defendendo meu pão, respondeu o segundo.
Mas o terceiro respondeu:
- Estou construindo uma catedral, onde muitos louvarão a Deus, e
onde meus filhos aprenderão o caminho do céu.
Essa história
relata que apesar de todos estarem realizando a mesma tarefa, porém
a maneira de cada um realizar é diferente. Assim igualmente acontece
com a Missa. Ela é a mesma para todos, contudo a maneira de
participar é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um:
-
Existem os que
vão para cumprir um preceito;
-
Há os que vão à
Missa para fazer seus pedidos e orações;
-
E há aqueles
que vão à Missa para louvar a Deus em comunhão com seus irmãos.
Compreendamos
melhor agora cada parte da Missa:
-
Na entrada, ato
Penitencial, Glória, Oração, nós falamos com Deus.
-
Na Liturgia da
Palavra que compreende as 2 leituras, o Evangelho, a Homilia
(Sermão), Deus fala conosco.
-
A Liturgia
Eucarística (3 partes): Ofertório, Oração Eucarística e a Comunhão
é o Coração, o Centro da Missa.
-
No ofertório
nós apresentamos nossas oferendas, o nosso amor, o nosso ser
representados pelo pão e vinho.
-
Na oração
Eucarística, Jesus consagra nossas oferendas e nos leva consigo
até Deus.
-
Na comunhão,
Deus nos devolve esse Dom.
Ao nos unirmos à
Cristo unimo-nos também a todos que estão “em Cristo”, aos outros
membros da Igreja.
Devemos medir a
eficácia das nossas comunhões pela melhora no nosso modo de ser e
agir. (Mt 26, 26 - 28 – Mc 14, 22-24 – Lc 22, 19 - 20 – I Cor 11, 23
- 29)
O SACRAMENTO
DA CRISMA (CONFIRMAÇÃO)
Crisma é o
sacramento que, conferindo os dons do Espírito Santo em plenitude,
inaugurado no batismo, põe o fiel no caminho da perfeição cristã e
assim o faz passar da infância para a idade adulta, pois é o
Sacramento da maturidade Cristã.
Podemos então
dizer que a Crisma é o Sacramento da Confirmação do Batismo. É o
Sacramento da Juventude. É o Sacramento por excelência do Espírito
Santo.
Crisma é
uma palavra grega que significa: óleo de ungir. A palavra
Confirmação tem aqui o significado de fortalecimento, pois deve
tornar o cristão “forte e robusto” no espírito.
Ungir é esfregar
o óleo do Crisma na fronte do crismando em forma de cruz. Esse óleo
usado na cerimônia de Crisma é consagrado na Missa da Quinta-Feira
Santa.
Três coisas são
necessárias na administração da Crisma:
-
A imposição das
mãos sobre a cabeça do crismando;
-
A unção com o
óleo do Crisma na fronte do crismando;
-
As palavras que
o Bispo diz: Recebe por este sinal os Dons do Espírito Santo, ao
que o crismando responde: Amém.
Normalmente é o
Bispo que ministra o sacramento da Crisma, porém ele pode delegar
esse poder a um sacerdote em sua ausência.
Na celebração o
Bispo faz essa Oração pedindo os Dons do Espírito Santo: “ Deus Todo
Poderoso que, pela água e pelo Espírito Santo, fizeste renascer
estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviando-lhes o
Espírito Santo: dai-lhes, Senhor, o Espírito de Sabedoria e
Inteligência, o Espírito de Conselho e Fortaleza, o Espírito de
Ciência e Piedade, e enchei-os do Espírito do vosso Temor.”
O Sacramento da
Crisma deve provocar no crismando aquilo que o Espírito Santo
provocou naqueles que estavam no cenáculo no dia de Pentecostes.
Atos dos Apóstolos 2, 1-47.
Para que
recebemos o Sacramento da Crisma? Comumente dizemos que a Crisma
nos faz soldados de Cristo, que confirma o Batismo, Sacramento do
adulto, da responsabilidade. Uma só coisa a Igreja nos garante sobre
este sacramento: “Crisma nos concede o Espírito Santo”.
Olhando para a
Bíblia, descobrimos que o Espírito Santo tem duas funções:
1º) o de dar a
vida através do Batismo.
2º) e o de levar a vida até sua perfeição (santidade) = Crisma.
A confirmação nos
dá, pois, o Espírito Santo para levarmos até a perfeição o que
recebemos no Batismo. Chegar à perfeição segundo a vontade do Pai.
Talvez possamos
dizer que o Batismo constitui mais o aspecto estático ao passo que a
Crisma expressa mais o aspecto dinâmico, evolutivo da vida cristã.
Uma coisa é ser cristão simplesmente, outra é chegar a plenitude de
santidade. Evoluir, é tomar novo impulso, crescer constantemente na
vida iniciada no Batismo.
Não podemos
permanecer semente; é preciso que a semente germine, cresça e dê
frutos em abundância. (At 8, 14 - 19 – At 2, 1-47)
Missão do
crismando
-
Ser bom
fermento que leveda a massa.
-
Fomentar a
caridade fraterna.
-
Comunicar aos
outros o amor de Cristo que está nele.
-
Mostrar, com
palavras e com atos, sua maturidade cristã e o desejo de sempre
crescer até atingir a plenitude de Cristo.
Crisma não é um
sacramento a mais, é o sacramento que faz o autêntico cristão.
Ser cristão é comprometer-se com o Evangelho e ser coerente aos
compromissos assumidos em relação a ele.
Os sete Dons
do Espírito Santo:
-
Sabedoria:
Não a sabedoria do mundo, mas aquela que nos faz reconhecer e
buscar a verdade, que é o próprio Deus: fonte da sabedoria.
Verdade que encontramos na Bíblia
-
Entendimento: É o dom que nos faz aceitar as verdades
reveladas por Deus.
-
Conselho:
É a luz que nos dá o Espírito Santo, para distinguirmos o certo do
errado, o verdadeiro do falso, e assim orientarmos acertadamente a
nossa vida, e a de quem pede um conselho.
-
Ciência:
Não é a ciência do mundo, mas a ciência de Deus. A verdade que é
vida. por esse dom o Espírito Santo nos indica o caminho a seguir
na realização da nossa vocação.
-
Fortaleza:
É o dom da coragem para viver fielmente a fé no dia-a-dia, e até
mesmo o martírio, se for preciso.
-
Piedade:
É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir
a Deus com alegria. Nesse dom nos é dado o sabor das coisas de
Deus.
-
Temor de
Deus:Temor aqui não significa "ter medo de Deus", mas um amor
tão grande, que queima o coração de Respeito por Deus. Não
é um pavor pela justiça divina, mas o receio de ofender ou
desagradar a Deus.
O SACRAMENTO
DO MATRIMÔNIO
O matrimônio é um
sacramento que estabelece uma santa e indissolúvel união entre um
homem e uma mulher e lhes dá a graça de se amarem, procriarem e
educarem seus filhos: "...cada homem tenha sua mulher e cada mulher
seu marido. Que o marido cumpra seu dever em relação a mulher e
igualmente a mulher em relação ao marido. A mulher não dispõe de seu
corpo, mas sim o marido. Igualmente o marido não dispõe de seu
corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro..." (1Cor 7,
2-5)
Esse sacramento
foi instituído pelo próprio Deus no início da criação quando deu a
Adão uma companheira - Eva - para que vivessem juntos, numa só
carne, em amor fiel e indissolúvel.
Quando um homem e
uma mulher procuram o matrimônio cristão é porque Deus os chama para
mudar o significado do amor que um sente pelo outro, para submergir
o amor humano no mistério do amor de Deus.
O dom do
sacramento é ao mesmo tempo vocação e dever dos esposos cristãos,
para que permaneça fiel um ao outro para sempre, para além de todas
as provas e dificuldades, em generosa obediência, a santa vontade de
Deus: "o que Deus uniu, não separe o homem".
Os esposos
cristãos são chamados a dar testemunho e Cristo em seu amor mútuo. A
isso nos comprometemos mediante o sacramento do matrimônio, a
presentear-nos um ao outro não só a luz e o calor do próprio amor,
mas tornar isto um sinal de reflexo vivo desse sol de amor que é
Cristo. Este compromisso tão audaz se apóia em outro que contrai o
próprio Senhor: através do sacramento que Ele nos oferece como ajuda
à força de seu próprio amor.
O sacramento do
matrimônio que retoma e especifica a graça santificante do Batismo,
é a fonte própria e o meio natural de santificação para os cônjuges.
Em virtude da morte e ressurreição de Cristo, dentro do qual se
insere novamente o matrimônio cristão, o amor conjugal é purificado
e santificado: "O Senhor dignou-se sanar, aperfeiçoar e elevar este
amor com um dom especial de graça e caridade".
O dom de Jesus
Cristo não se esgota na celebração do matrimônio, mas acompanha os
cônjuges ao longo de toda existência.
Para refletir:
-
Indissolubilidade do Matrimônio - Mt 19, 3-9 / Mc 10, 1-12
-
Cristo não
aprova o divórcio - Lc 16,18 / Rm 7, 2-3
-
Deveres
recíprocos dos esposos - Ef 5, 21-33
O SACRAMENTO
DA ORDEM (Ordenação Sacerdotal)
É um sacramento
social que Cristo instituiu na Última Ceia. É um sacramento no qual
Ele concede ao candidato ao sacerdócio o poder sacerdotal e lhe dá
as graças para exercê-lo santamente.
O que é um
Sacerdote?
É um homem como
nós, sujeito a fraquezas, porém separado dos demais para o exercício
da doação de Deus aos homens. O Sacerdote é o dispensador do amor de
Deus aos homens.
É chamado de
Pontífice = ponte - artífice: construtor de pontes;
pontes que ligam o Céu à Terra; os homens à Deus; o eterno ao
temporal; o pecado à misericórdia.
O sacerdote
administra os sacramentos, sinais do amor de Deus aos homens.
O ministro do sacramento da Ordem é o Bispo. Em caso de
impossibilidade, o Bispo delega esse poder a outro sacerdote.
Jesus Cristo deu
aos apóstolos a plenitude do poder sacerdotal e estes transmitiram
essa plenitude a outros, pela imposição das mãos.
Desde o tempo dos
apóstolos, têm-se sagrado bispos e ordenado sacerdotes pela
imposição das mãos e oração.
Pela ordenação
Sacerdotal, Jesus Cristo confere o poder de:
-
Celebrar a
Santíssima Eucaristia;
-
Administrar os
sacramentos: Batismo, Reconciliação, Eucaristia, Unção dos
Enfermos, Matrimônio;
-
Administrar o
sacramento da Crisma, quando receber delegação do senhor Bispo
pela total impossibilidade deste;
-
Consagrar e
benzer (pessoas e coisas). Somente o sacerdote pode confessar e
consagrar.
A ordenação
Sacerdotal imprime caráter que nunca se apaga. Chamamos de sinal
indelével. Pela ordenação o sacerdote fica unido de modo especial a
Jesus.
Ele é a extensão
de Cristo entre os homens, amando-os e dispensando-lhes a salvação
proporcionada por Jesus por meio da Igreja em seus Sacramentos.
O sacerdote
jamais poderá perder o seu poder sacerdotal, a menos que seja
dispensado pelos seus legítimos superiores através da ordem expressa
do Santo Padre o Papa.
Jesus chama os
jovens a seu serviço. Jovens de todas as nacionalidades, raças e
cores. Eles devem ter requisitos básicos de cristãos verdadeiros: Fé
viva e operante; Estar pronto ao sacrifício, até da própria vida, no
serviço ao Deus que chama; Trabalhar pela salvação dos homens sem
distinção de raça ou cor.
O SACRAMENTO
DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
Pelos sacramentos
da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova em Cristo. Ora, esta
vida nos trazemos " em vasos de argila" (2Cor 4,7). Agora, ela se
encontra "escondida com Cristo em Deus", estamos ainda em "nossa
morada terrestre" (2Cor 5,1) sujeitos ao sofrimento, à doença e à
morte. Esta nova vida de filhos de Deus pode se tornar debilitada e
até perdida pelo pecado.
O Senhor Jesus
Cristo, médico de nossa alma e de nosso corpo, que remiu os pecados
do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua igreja
continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de
salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade
dos dois sacramentos de cura: o da Penitência e da Unção dos
Enfermos.
O Sacramento da
Reconciliação cristã que mediante a oração e a unção com óleo santo
feita pelo sacerdote, concede ao doente a graça e o alívio
espiritual e muitas vezes o conforto corporal, isto é, concede a
saúde da alma e do corpo.
O óleo utilizado
neste sacramento é um dos óleos que o Bispo abençoa na Quinta-feira
Santa. O sacerdote unge a fronte e as mãos do enfermo. o corpo do
homem ungido pelo Batismo é santo e por meio deste fazemos o bem. O
Sacramento da Unção dos Enfermos faz com que estes tenham forças
para testemunhar Jesus Cristo em meio ao sofrimento que passam
unindo-se a obra redentora do Filho de Deus.
Quem pode
receber a Unção dos Enfermos? Todos os que estão gravemente
doentes e as pessoas que tem mais de 60 anos.
Condições para
receber a Unção dos Enfermos:
- Estar em estado de graça, isto é, sem pecado;
- Receber a Unção com fé, esperança, caridade e resignação à vontade
de Deus.
Os sinais
sensíveis da Unção dos Enfermos, oração-unção produção de graça,
instituição divina, são ministrados pelo sacerdote, de preferência
pelo pároco. A matéria usada para a unção é o óleo de oliveira ou
planta que é abençoado na Quinta-feira Santa. No ato da unção o
sacerdote profere as seguintes palavras: "Por esta santa unção o
Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo. Deus em
sua infinita bondade quis".
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