Redação (Quinta-feira, 16-10-2014, Gaudium
Press)
Há exatos 12 anos, no dia 16 de outubro de 2002,
foi divulgada a Carta Apostólica do Papa João
Paulo II "Rosarium Virginis Mariae", sobre o
Rosário da Virgem Maria, onde o Santo Pontífice
presenteou a Igreja com cinco novos mistérios
cheios de luz: os mistérios luminosos.
"Passando da infância e da vida de Nazaré à vida
pública de Jesus, a contemplação nos leva aos
mistérios de Cristo e luz. Ele é 'a luz do mundo'.
Mas esta dimensão se manifesta sobretudo nos anos
da vida pública, quando anuncia o Evangelho do
Reino. Desejando indicar a comunidade cristã cinco
momentos significativos - mistérios "luminosos"-
desta fase da vida de Cristo, penso que se possam
assinalar: 1º seu Batismo no Jordão; 2º sua
auto-revelação nas bodas de Caná; 3º seu anúncio
do Reino de Deus convidando a conversão; 4º sua
transfiguração; 5º instituição da Eucaristia,
expressão sacramental do mistério pascal", expunha
São João Paulo II na Carta Apostólica.
No documento o pontífice polonês dizia também que
o Santo Rosário, com o passar dos séculos, segue
tendo um grande significado, e é uma oração que
está destinada a produzir frutos de santidade. "Se
enquadra bem no caminho espiritual de um cristão
que, depois de dois mil anos, não perdeu nada da
novidade das origens se sente puxado pelo Espírito
de Deus a "remar mar adentro" (duc in altum!),
para anunciar, mais ainda, 'proclamar' a Cristo ao
mundo como Senhor e Salvador, "o Caminho, a
Verdade e a Vida", continua o Santo Padre.
Por sua vez sublinhava que o Rosário,
caracteristicamente mariano, é, sobretudo, uma
oração centrada na cristologia. "Na sobriedade de
suas partes, concentra em si a profundidade de
toda a mensagem evangélica, do qual é como um
compêndio (...) Com ele, o povo cristão aprende de
Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a
experimentar a profundidade de seu amor. Mediante
o Rosário, o crente obtêm abundantes graças, como
recebendo-as das mesmas mãos da Mãe do Redentor",
ressaltava São João Paulo II.
Também expressava, tomando palavras de seu
predecessor Paulo VI, que o Santo Rosário é antes
de tudo oração contemplativa que tem como modelo
Nossa Senhora: "o Rosário, precisamente a partir
da experiência de Maria, é uma oração marcadamente
contemplativa. Sem esta dimensão, se desnaturalizaria, como sublinhou Paulo VI: 'Sem
contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e sua
oração corre o perigo de converter-se em mecânica
repetição de fórmulas e de contradizer a
advertência de Jesus".
O Papa explicava igualmente que a oração mariana,
através dos 20 mistérios, é "compêndio do
Evangelho", já que "é uma das modalidades
tradicionais da oração cristã orientada à
contemplação do rosto de Cristo".
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Segundo mistério da luz: A autorrevelação
de Jesus nas Bodas de Caná /
Foto: Gaudium Press. |
Um compêndio no qual o Santo Padre quis incorporar
os mistérios da luz para contemplar precisamente a
vida pública de Jesus Cristo. Assim o explicou em
sua Carta Apostólica: "para que possa dizer que o
Rosário é mais plenamente 'compêndio do
Evangelho', é conveniente pois que, após ter
recordado a encarnação e a vida oculta de Cristo
(mistérios da alegria), e antes de considerar os
sofrimentos da paixão (mistérios da dor) e o
triunfo da ressurreição (mistérios da glória), a
meditação se centre também em alguns momentos
particularmente significativos da vida pública
(mistérios da luz). Esta incorporação de novos
mistérios, sem prejudicar nenhum aspecto essencial
da estrutura tradicional desta oração, se orienta
a fazê-la viver com renovado interesse na
espiritualidade cristã, como verdadeira introdução
à profundidade do Coração de Cristo, abismo de
gozo e de luz, de dor e de glória".
Justamente para refletir, meditar e reincorporar
com maior força a oração do Santo Rosário na vida
cristã, São João Paulo II proclamou o Ano do
Rosário que ocorreu de outubro de 2002 a outubro
de 2003: "Desejo que ao longo do ano se proponha e
valorize de maneira particular esta oração nas
diversas comunidades cristãs (...) O Rosário,
compreendido em seu pleno significado, conduz ao
coração mesmo da vida cristã e oferece uma
oportunidade ordinária e fecunda espiritual e
pedagógica, para a contemplação pessoal, a
formação do Povo de Deus e a nova evangelização".
(GPE/EPC)
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