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84 ANOS DE GRAÇAS E
BÊNÇÃOS
no Brasil e no mundo
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31. O cânone das Escrituras
a) O Antigo Testamento
Retrospecto histórico: na época de Jesus, os hebreus
não possuíam um cânone de livros inspirados. O primeiro
esboço de um cânone se acha no prólogo do Eclesiástico:
"A Lei, os profetas e os outros escritos". A Lei
é certamente a Torá, ou Pentateuco, que provavelmente
adquiriu sua forma definitiva no tempo de Esdras. Os
profetas incluem Js., Jz., 1o.Rs.,
2o.Rs.,
Is., Jr., Ez. e os doze profetas menores. Sobre os
"outros escritos" não se tem uma ainda uma definição
precisa. A versão grega dos Setenta (LXX), feita por
judeus em Alexandria entre o séc. III a.C. e o início da
era cristã, incluiu os livros que hoje chamamos de
deuterocanônicos, e alguns apócrifos. Não se pode dizer,
no entanto, que a LXX estabeleceu um cânone normativo
(os códices que nos chegaram apresentam diferenças). Na
Palestina, por volta de 95, Flávio Josefo (37-100)
escreve uma lista que coincide com o cânone hebraico,
excluindo os deuterocanônicos. Apesar disso,
encontram-se em seu trabalho citações de 1Mc, 1o
Esd. e suplementos de Est. Portanto, não
podemos concluir a partir do seu testemunho que o
judaísmo já tivesse fixado o seu cânone no final do séc.
I. Em Qumrã se encontram todos os livros protocanônicos,
exceto Est. Dos deuterocanônicos foram encontrados Br.
6, Tb. e Eclo. Dos apócrifos, Jubileus, Enoc e o
Testamento dos doze patriarcas. Aparentemente não havia
uma distinção entre um cânone de livros sagrados e
outros textos não-inspirados. Entre os anos 90-100 houve
um sínodo de rabinos na cidade de Jâmnia. Uma tese
tradicional propõe que a lista definitiva dos livros do
Antigo Testamento foi fixada neste sínodo. Mas não há
provas concretas de que isto realmente tenha acontecido.
Mesmo depois de Jâmnia a canonicidade de alguns livros
continuou a ser discutida (Ecl. e Ct.). Baseado nessas
considerações, Valério Manucci propõe a seguinte
explicação para a formação do cânone hebraico: depois da
destruição do Templo, no ano 70, o judaísmo se tornou
cada vez mais uma religião "do Livro", o que
impôs a necessidade de determinar um cânone definitivo.
Várias disputas entre os fariseus e outras seitas
judaicas serviram de estímulo para a fixação de um
cânone. Ainda que no primeiro século da nossa era
houvesse uma aceitação popular de 22 ou 24 livros como
inspirados, não existiu um cânone normativo até o final
do séc. III. O fato de os cristãos terem adotado a
tradução dos LXX pode ter influenciado decisivamente a
definição de um cânone mais restrito no judaísmo,
excluindo os deuterocanônicos. De resto, se realmente
houvesse um cânone já estabelecido antes do nascimento
de Jesus, certamente os judeus de Alexandria, fiéis às
orientações dos rabinos da Palestina, não teriam
inserido os deuterocanônicos na sua tradução. Entre os
cristãos, no Novo Testamento, aparece a tríplice divisão
indicada no Eclesiástico (Lc. 24, 44). Há alusões a
livros deuterocanônicos: Sb. (Rm. 1, 19ss; Hb. 8,14),
Tb. (Ap. 8, 2), 2o
Mc. (Hb. 11, 34s), Eclo. (Tg. 1, 19), Jt.
(1a
Cor. 2, 10) e nem todos os protocanônicos
são citados (Esd., Ne., Rt., Ecl, Ct., Ab., Na., Pr.).
Também há alusões a livros apócrifos: Salmos de Salomão,
1 e 2 Esdras, 4o
Macabeus, Assunção de Moisés e o livro de Enoc. Jesus se
serviu do Pentateuco para discutir com os saduceus (que
aceitavam apenas esta parte do AT como inspirada, cf..
Mt. 22, 23-33; Mc. 12, 18-27; Lc. 20, 27-40) e, ao que
parece, usou a Bíblia hebraica em debates com os
fariseus (cf. Mt. 23, 34-36; Lc. 11, 49-51). Esta
"adaptação aos interlocutores" não nos permite dizer
que Cristo tenha reconhecido um cânone para o AT, e
muito menos que este cânone seja o da Bíblia hebraica.
Das 350 citações que o Novo Testamento faz do AT, 300
são da LXX. Como não havia, porém, cânone definido no
período neotestamentário, os cristãos ainda não possuíam
um cânone próprio. Os Padres Apostólicos citam a versão
dos LXX. A Didaqué usa Eclo. e Sb.. Clemente, em sua
epístola aos Coríntios, se serve de Jt., Sb., Eclo., Dn.
e passagens de Est. grego. Policarpo cita Tb.. O Pastor
de Hermas cita Eclo., Sb. e 2oMc..
Também há citações de apócrifos, como o livro de Enoc. O
mesmo se dá com outros autores do fim do séc. II e
começo do séc. III, como Ireneu, Clemente de Alexandria,
Tertuliano, Hipólito, Cipriano e Dionísio Alexandrino. Á
medida, porém, que os judeus determinavam a sua lista,
as Igrejas que viviam em contato com a comunidade
hebraica sofriam sua influência. São Justino, quando
entra em polêmica com os judeus, prefere citações apenas
dos protocanônicos, mas ensina que todos os livros
presentes na tradução dos LXX são inspirados, "mesmo
aqueles que os judeus suprimiram arbitrariamente".
Melitão de Sardes, no entanto, possui uma lista de
livros do AT com quase todos os protocanônicos e nenhum
deuterocanônico. O Concílio de Laodicéia (360) defende o
cânone hebraico. Mas a carta do papa Inocêncio I a
Exupério de Toulouse (405) inclui o cânone completo.
Mais tarde, os concílios provinciais de Hipona (393) e
Cartago (I e II, 397 e 419, respectivamente) aceitarão
oficialmente os deuterocanônicos como parte das
Escrituras (mesmo que alguns padres, como Atanásio,
Cirilo de Jerusalém, Gregório Nazianzeno, Rufino e
Jerônimo, se sintam ainda atraídos pela Hebraica
Veritas). No Concílio de Trullo (692) a ambigüidade
continua: os cânones de Laodicéia e de Cartago são
sancionados ao mesmo tempo! Só no século XV um concílio
ecumênico se ocupará do assunto. O Concílio de Florença
(1441) enumerará o cânone aceito pela Igreja hoje, e o
Concílio de Trento, no século XVI, definirá solenemente
o AT com os deuterocanônicos.
b) O Novo Testamento
O desenvolvimento do cânone do Novo Testamento,
embora complicado, foi menos tortuoso que o do AT. A
segunda epístola de Pedro coloca as cartas de Paulo ao
lado das "outras escrituras" (2a
Pd. 3, 16). Logo, no final do século I
algumas cartas paulinas já são tidas como inspiradas. Em
meados do séc. II, São Justino fala dos Evangelhos que
são usados nas assembléias litúrgicas e a segunda carta
de Clemente aos Coríntios (c. de 150) cita um versículo
do Evangelho de Mateus. A seleção que Marcião fez de 10
cartas de Paulo e do Evangelho de Lucas, provavelmente,
fez com que os cristãos procurassem reunir sua própria
coleção de escritos inspirados. Por volta do ano 170,
Melitão de Sardes chama os livros da Bíblia hebraica de
"Antigo Testamento", em contraposição ao Novo
Testamento da Igreja. Mas o primeiro a usar o termo
"Novo Testamento" foi Tertuliano, em torno do ano
200. Nenhum autor do séc. II ou do séc. III cita todos
os livros do NT, e há livros que não são citados por
ninguém (Fm. e 3a
Jo.). A lista mais antiga do NT é o famoso
Fragmento Muratoriano, que indica o NT usado pela Igreja
de Roma no final do segundo século. Nela não estão
incluídos Hb., Tg., 1a
e 2a
Pd., e talvez 3a
Jo.. A lista feita por Orígenes no séc. III
levanta dúvidas sobre a inspiração de 2a
Pd. e de 2a
e 3a
Jo.. Por volta do ano 310, Eusébio
distingue entre "os livros reconhecidos por todos"
(emologoumenoi), "os livros discutidos"
(antilegomenoi) e "os livros espúrios" (notha).
Tg. e Jd. estão entre os discutidos. O Cânone
Claromontano, datado do séc. IV, não menciona Hb. O
Cânone Momseniano, de mais ou menos 360, não fala de Hb.
e Jd.. No Ocidente, só com as listas do final do séc.
IV, feitas por Atanásio, Agostinho, pelos concílios de
Hipona e de Cartago, é que se chega a um consenso. Elas
coincidem com o cânone definido do Concílio de Trento. O
Códice Sinaítico, do séc. IV, inclui também a carta de
Barnabé e o Pastor de Hermas. O Códice Alexandrino, do
séc. V, traz 1 e 2 Clemente. As igrejas da Síria e de
Antioquia usavam, no séc. IV, um cânone restrito do NT
com apenas 17 livros. Alguns livros eram discutidos
porque não se podia ter certeza de sua autoria
apostólica, por causa de aspectos doutrinários
controvertidos ou por sua brevidade.
c) A Igreja discerniu o cânone
Desde os primeiros esboços até a definição solene, a
história da evolução do cânone revela, antes de mais
nada, a importância da autoridade do Magistério da
Igreja, guardião da Tradição Apostólica, que soube
discernir infalivelmente, entre inúmeros escritos
espúrios, aqueles que o Espírito Santo havia inspirado e
que formam a Palavra de Deus. Escritura, Tradição,
Igreja: elementos intimamente conectados e que não se
deve separar nunca sem cair em grave erro. |
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O Terço
(Rosário) dos Homens não exige
nada e não cobra nada da vida pessoal dos seus
participantes, o que faz
com que seus membros se sintam livres, e a liberdade dá ao
homem o poder de ser aquilo que ele deseja ser, daí as
transformações se sucederem de modo espontâneo
causado pelo contato que os mesmos passam a ter
com
Deus por intercessão
de Maria. |
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