Não confundir o site do Terço dos Homens :
www.tercodoshomens.com.br
com o
www.tercodoshomens.org.br
que é o mesmo
www.tercodoshomensmaerainha.org.br
Este site apresenta, com exclusividade, o Terço dos
Homens rezado nas suas origens pelo primeiro tesoureiro,
um dos fundadores do grupo.
Sr. Manoel Pedral, falecido à mais de 40 anos -
ouçam
84 ANOS DE GRAÇAS E
BÊNÇÃOS
no Brasil e no mundo
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A Igreja, que é "a coluna e sustentáculo da verdade"
(1ª Tm. 3, 15), guarda fielmente a fé uma vez por todas
confiada aos santos (cf. Jd. 1, 3). É ela que conserva a
memória das Palavras de Cristo, é ela que transmite de
geração em geração a confissão de fé dos apóstolos. Como
uma mãe que ensina seus filhos a falar e, com isso, a
compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, nos
ensina a linguagem da fé para introduzir-nos na
compreensão e na vida da fé. (Catecismo da Igreja
Católica)"
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48. A suficiência material e a suficiência formal das
Escrituras |
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Por suficiência material entendemos que todas as
informações necessárias para se formular uma doutrina
estão presentes nas Escrituras. Entretanto, pelo fato de
o significado das Escrituras não ser totalmente claro, e
algumas vezes as doutrinas se encontram mais implícitas
que explícitas, outros "meios", além da Bíblia somente,
foram-nos deixados pelos apóstolos: A Sagrada Tradição
(que é a ferramenta que extrai as informações e as
dispõe da forma correta) e o Magistério da Igreja.
Juntas, estas três formas - a Sagrada Escritura, a
Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja - são
formalmente suficientes para que se reconheça a verdade
revelada por Deus.
Aqueles que defendem a suficiência formal das Escrituras
advertem que reunir a Tradição ao contexto bíblico
inevitavelmente tornará a última inferior à primeira.
Temem, com isso, que meras tradições humanas subjulgue a
palavra de Deus.
(Mark Shea, in Not by Scripture Alone,
Robert A. Sungenis, Santa Barbara, CA:
Queenship Pub. Co., 1997, cap. 4)
A Trindade pode ser provada pelas Escrituras, de fato
(suficiência material), mas o uso somente das Escrituras
não foi formalmente suficiente para evitar o
aparecimento da heresia ariana. Em outras palavras, a
decisão final da disputa ficou por conta da Sagrada
Tradição, que demonstrou que a Igreja sempre foi
trinitariana. Os arianos não podiam recorrer a nenhuma
Tradição porque sua cristologia era uma inovação
herética do século 4.
Os arianos, com isso, recorreram somente à Escritura. O
princípio formal dos arianos era deficiente, por isso
eles puderam recorrer à Bíblia e formular suas doutrinas
(assim como vários grupos protestantes hoje em dia).
Os católicos alegam, então, que o conhecimento da
Tradição apostólica é necessário juntamente ao
conhecimento bíblico. Este é o princípio patrísticos, e
a forma como ele refuta os heréticos. Os argumentos
bíblicos contribuíram com o centro de suas doutrinas,
mas no fim deveriam consultar a Tradição do que
"sempre foi aceito por todos e em todo lugar" (São
Vicente de Lérins, Commonitorium).
Edwin Tait, anglicano, escreveu (em total acordo com o
conceito católico):
- com certeza os Padres ensinaram que podiam provar suas
conclusões a partir da Bíblia. Também ensinaram que a
comunhão dos bispos sucessores dos apóstolos, reunidos
em Concílio (com Roma tendo algum papel, o qual não
pretendo abordar aqui), seriam os responsáveis pela
correta interpretação da Bíblia. Todo este debate sobre
a Sola Scriptura somente se tornou realidade quando um
número considerável de cristãos começou a afirmar que os
bispos reunidos em Concílio haviam errado na
interpretação bíblica durante vários séculos. Ambos os
lados podem recorrer aos Pais, porque os Pais nunca
ensinaram sobre a suficiência bíblica e a autoridade da
Igreja/Tradição em discordância.
Concordo plenamente com o texto acima. Note que a última
frase é importantíssima. Esta é a visão dos apóstolos,
padres, do catolicismo, orientais e do anglicanismo
histórico. Muitos protestantes, infelizmente, sentem não
medem esforços - desnecessários - em separar estas duas
autoridades. Livros inteiros já foram escritos sobre uma
suposta defesa da Sola Scriptura pelos Pais da Igreja,
quando na realidade estes defendem a suficiência
material, a sua inspiração e suficiência em refutar os
heréticos e falsas doutrinas em geral. É fácil pensar
que os Pais foram defensores da Sola Scriptura se seus
ensinamentos sobre a Tradição Apostólica e a Autoridade
da Igreja forem suprimidos ou ignorados pelos
protestantes. Uma "meia-verdade" às vezes pode
ser pior que uma mentira completa, pois quem a ensina
deveria conhecer melhor do assunto, ou pelo menos
conhece "metade" dele...
Podemos dizer que a Trindade não é uma doutrina clara
nas Escrituras. A verdade é que esta doutrina foi o
resultado de uma discussão de cerca de 400 anos. Tal
fato não pode ser ignorado. Se a Trindade fosse
demonstrada nas Escrituras com a claridade que os
protestantes alegam que possui, tal doutrina, definida
em Calcedônia, já deveria ser seguida e transmitida
muito antes.
As Escrituras, isoladas, são suficientes para refutar o
arianismo? Creio que sim. Apesar disso, creio que também
seja verdade que alguém, em uma situação hipotética, que
não conheça nada sobre história da Igreja ou teologia,
sem saber como se chegou à definição formal da doutrina
da Trindade, começasse a ler uma Bíblia, a doutrina
ariana parecia tão plausível para ele como também
pareceria a doutrina da Trindade. Isso porque está
doutrina não é imediatamente acessível à razão humana. É
uma revelação e um mistério que precisa ser aceito pelos
olhos da fé (sem reduzir suas provas Bíblicas).
Eu conheço casos semelhantes devido a minha experiência
em diálogos com Testemunhas de Jeová. Eles leem a Bíblia
de maneira liberal e racionalista, chegando a conclusões
tais como "três não pode ser igual a um" (que é
matematicamente verdadeiro, mas não em relação aos
mistérios de Deus).
Um outro exemplo vem da minha vida pessoal. Fui criado
como protestante metodista, e os metodistas são
trinitarianos, mas eu não conhecia nada de teologia. Era
tão ignorante nesse assunto que ao assistir a um filme
sobre a vida de Jesus, aos 17 anos, com meu irmão mais
velho, fiquei chocado quando ele disse que Jesus era
Deus. Eu respondi "não, ele é o filho de Deus". Então
meu irmão me ensinou um pouco do básico da cristologia
cristã.
Em outras palavras, se alguém conhece muito pouco de
teologia, ele pode facilmente abrir sua Bíblia, ler que
Jesus é o filho de Deus, ou "meu Pai é maior que eu",
e muitas outras passagens semelhantes, concluir que
Jesus é menor que Deus. Arianismo. Ou como os TJs fazem,
ao ler Ap, 3, 14 ("Eis o que diz o Amém...o Princípio
da criação de Deus") e concluir que Jesus fora
criado. Estes são exemplos de como nascem as heresias ao
longo dos tempos.
Com relação aos Padres, tudo o que é preciso para
demonstrar que eles não ensinavam a Sola Scriptura é
verificar se as afirmações abaixo se aplicam a um Padre
em particular.
1. A Bíblia possui autoridade
2. A Tradição Apostólica possui autoridade
3. A Igreja possui autoridade
Aceitando estes três itens, é impossível que alguém
também aceite a Sola Scriptura, porque nesta doutrina, a
Bíblia (e a consciência individual) possui a autoridade
sobre a Tradição e a Igreja (Lutero, em Worms, foi o
defensor deste mesmo princípio), com a garantia de que a
Bíblia é sempre - supostamente - "clara" em seus
ensinamentos.
Os protestantes, claro, não aceitam os itens 2 e 3,
simplesmente. Os Padres afirmam que compõem um tripé,
atuando juntas, não contradizendo uma à outra, porque
Deus não permitiria tal confusão. É aqui que entra a fé.
A Igreja Católica afirma a suficiência material das
Escrituras (assim como os Padres). Porém rejeita a sua
suficiência formal, que na realidade é o núcleo do dogma
protestante Sola Scriptura.
A autoridade da Igreja é uma necessidade prática, dada a
tendência do homem de subverter a Tradição Apostólica
como está nas Escrituras, seja ela clara ou não. O fato
é que quando uma controvérsia aparece, uma autoridade
fora da Bíblia deve encerrar todas as dúvidas e
confirmar a ortodoxia. Isto não quer dizer que a Bíblia,
apropriadamente entendida, não seja suficiente para
refutar erros. Ela apenas não é formalmente suficiente
por si só.
Já escrevi livros e vários artigos onde cito
extensivamente a Bíblia. Isto não significa que não
respeito a autoridade da Igreja ou que eu seja um
defensor da Sola Scriptura. Santo Atanásio escreveu
extensos argumentos bíblicos. Ótimo, com isso, estudando
a Bíblia, fazendo exegese, discutindo suas páginas,
pregando, etc., etc., são atos maravilhosos e bons (e os
católicos concordam plenamente), mas nenhum destes
gestos nos reduz a uma necessidade lógica de adotar a
Sola Scriptura como princípio formal.
Heiko Oberman, historiador protestante, afirma:
- Em relação à Igreja pré-augustiniana, há recentemente
uma tendência convergente entre os estudiosos da Bíblia
de que a Escritura e a Tradição na Igreja Primitiva não
eram excludentes: kerygma, Escritura e Tradição
coincidiam perfeitamente.
- A tradição não deve ser entendida como uma adição ao
kerygma, mas como a sua pregação de forma viva: em
outras palavras, tudo que é encontrado na Sagrada
Escritura está presente na Tradição.
- Ela está presente no corpo visível de Cristo,
inspirado e vivificado pela obra do Espírito Santo...A
Escritura e a Tradição derivam de uma única fonte: a
Palavra de Deus. Somente na Igreja este kerygma pode ser
transmitido sem falhas...
The Harvest of Medieval Theology, Grand Rapids,
MI: Eerdmans, rev. ed., 1967, 366-367
Jaroslav Pelikan, historiador luterano, afirma:
- Claramente há um anacronismo em supor que as
discussões dos séculos 2 e 3 derivam das controvérsias
do século 16 em relação à Escritura e Tradição, pois
'na Igreja ante-nicena não havia a noção de Sola
Scriptura, como também não havia a Sola Traditio.'
[1]
- A Tradição apostólica era pública...tão palpável que
mesmo se os apóstolos não estivessem com a Escritura em
mãos para demonstrar uma norma de suas doutrinas, a
igreja ainda assim seguiriam 'a estrutura da tradição
que eles traziam a quem confiaram as igrejas'[2]. Isto
foi, de fato, o que a igreja fez nos territórios
bárbaros onde o material escrito não era disponível aos
ouvintes, conservando o conteúdo da fé transmitida pelos
apóstolos e sumarizada no credo...
- O termo "regra de fé" ou "regra de verdade"...parece
algumas vezes ter pertencido à Tradição, outras à
Escritura, outras à mensagem do Evangelho...
Na Reforma...os advogados da autoridade final das
Escrituras ignoraram a função da Tradição em conservar o
que se conhecia como correta exegese das Escrituras
contra as alternativas heréticas.
The Christian Tradition: A History of the Development of
Doctrine: Vol. 1 of 5: The Emergence of the Catholic
Tradition (100-600), Chicago: Univ. of Chicago Press,
1971, 115-117, 119; citações: [1]. In Cushman, Robert E.
& Egil Grislis, eds., The Heritage of Christian Thought:
Essays in Honor of Robert Lowry Calhoun, New York: 1965,
citado em Albert Outler, "The Sense of Tradition in
the Ante-Nicene Church," 29. [2]. St. Irineu, Contra
as Heresias, 3:4:1
Autor: Dave Amstrong
Tradução: Rondinelly Ribeiro |
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O Terço
(Rosário) dos Homens não exige
nada e não cobra nada da vida pessoal dos seus
participantes, o que faz
com que seus membros se sintam livres, e a liberdade dá ao
homem o poder de ser aquilo que ele deseja ser, daí as
transformações se sucederem de modo espontâneo
causado pelo contato que os mesmos passam a ter
com
Deus por intercessão
de Maria. |
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